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domingo, 2 de fevereiro de 2014

PÁSCOA? CADÊ O OVO DE CHOCOLATE?

Páscoa? Cadê o ovo de chocolate?
Ex 12: 1-10

               


  
    A páscoa está relacionada, nos nossos dias, ao simpático animalzinho de orelhas compridas e pelo branquinho, e sinceramente? É uma das melhores datas de todas. Não por causa do coelho, mas, do chocolate... branco, ao leite, meio amargo, com nozes, sem nozes, com passas, crocantes, grandes, pequenos, em bombons ou em ovos saborosos, empacotados em suas coloridas embalagens de plástico. Sem dúvida, a época comercial mais gostosa do ano. Viva o chocolate!
    Contudo, é apenas isso que quer dizer a Páscoa? Na essência esquecemos, o que foi, e por que não dizer, o que é a Páscoa?
    É claro que comecei o texto mostrando quão bom é chocolate (e melhor, é comê-lo), e que tamanho prazer culinário ele nos proporciona, mas a Páscoa é só isso?
    Quanto ao coelho que põe (ou que traz) ovos de chocolate? Nem vou comentar...
    Falaremos, é claro, da Páscoa em sua essência... e depois saboreamos um bom chocolate!
    O conceito de Páscoa foi se perdendo ao longo dos anos, por causa do crescimento do conceito de capitalismo. Contudo veremos a origem da verdadeira Páscoa e o que ela é hje para nós cristãos.
    Após as 9 pragas enviadas ao Egito, Deus declara a Moisés a última e derradeira praga. A morte dos primogênitos. Porém, assim como foi com as pragas anteriores, Deus, sobrenaturalmente, não deixaria esse mal assolar o povo hebreu. Desde o primogênito de faraó até o primogênito dos animais, todos seriam mortos.
    Diferente do acontecido nas outras pragas, o povo de Israel foi instruído a realizar uma espécie de cerimonial que deveria ser lembrado entre todas as gerações. Um dia memorial, dia em que o Senhor iria livrar o povo, de padecer no Egito (Ex 12: 14). Era a celebração da Páscoa.
    Esse dia, marca o início dos meses no calendário judaico (mês de abibe ou nisã) e é o principal deles devido a celebração de sua mais importante festa, a Páscoa (entre as três principais festas do calendário judaico: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculo).
    Os judeus de hoje, celebram o chamado Pêssach (páscoa), que tem o seu significado em Ex 12, e principalmente no significado do que os judeus chamam genericamente de "festa didática" baseados em Ex 12:26,27 que diz:

                "Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao SENHOR, que passou por cima das dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou casas."

    A festa da Páscoa tinha como principal finalidade mostrar aos mais jovens, como na noite da morte dos primogênitos no Eg, Deus preservara o seu povo, quando passasse pelo Egito e visse o sangue do cordeiro imolado nas portas e umbrais das casas. O memorial deveria ser passado de geração para geração, e ser lembrado como o dia em que Deus livrou o povo da morte. Essa relação de lembrança, para todas as gerações, do que Deus fez, é extremamente importante para o nosso estudo.
    A festa aconteceu da seguinte forma: no primeiro dia de nisã (primeiro dia do calendário hebraico), era separado pelas famílias um cordeiro, macho, de um ano e sem defeito. Ele era guardado até o 14º dia para uma família inteira, caso a família fosse pequena, chamar-se-ia outra família vizinha que bastasse para comer o cordeiro assado.
    Ao cair da tarde (por do sol), do dia 14 de nisã (aproximadamente abril em nosso calendário) o cordeiro era imolado, o seu sangue era retirado e com um masso de hissopo (uma espécie de planta) era marcado os umbrais e vergas das portas com o sangue do cordeiro. As casas das famílias que se ajuntaram para comer o cordeiro assado, teriam suas portas e umbrais marcadas com aquele sangue, as pessoas deveriam comer a carne do cordeiro apressadamente, vestidos com suas roupas, cingidos os lombos, sandálias nos pés, como que simbolizando uma rápida saída do povo do Egito. A carne do cordeiro seria assada e comida com pães ázimos (ou asmos - sem fermento) e com ervas amargas. Nada poderia ser comido cru, e se algo sobrasse pela manhã seria queimado. Isso endossa o que Moisés diz a faraó em Ex 10:26, quando diz que nenhuma unha ficaria no Egito.

Nota: Essa era a celebração da Páscoa dos hebreus. Seguido a isso, está a festa dos Pães Asmos. Como estamos falando de Páscoa, não entraremos propriamente na festa dos pães Ázimos, porém, é importante que saibamos, que embora estejam juntas, são duas coisas distintas para os judeus. A Páscoa simboliza a preservação, por parte de Deus, da vida do seu povo. Esse memorial deveria ser passado de geração à geração. 
    A Festa dos Pães Ázimos (para os judeus) tinha um significado muito mais simbólico sobre a humildade (simbolizado pelo pão sem fermento) e a recordação do sofrimento, quando o povo era escravo no Egito (simbolizado pelas ervas amargas). Nesta festa era (e é realizado até os dias de hoje) recordado pelos hebreus, durante sete dias seguintes à Páscoa, a saída do Egito, período esse onde os judeus não tinham, nem consumiam, em suas casas nada que fosse fermentado (chamêt)
     Portanto. o que precisamos entender é que a Festa da Páscoa e a Festa dos Pães Ázimos, por serem subsequentes, são realizadas em oito dias consecutivos. Mas deve-se lembrar que são comemorações com significados diferentes e na sua essência, são distintas.

    Na noite da Páscoa, como diz a Bíblia, Deus visita o Egito e de acordo com o que Moisés havia falado, as casas dos hebreus com o sangue do cordeiro em seus umbrais fora preservado, contudo, na casa dos egípcios e de faraó a morte havia chegado até os filhos primogênitos. Sem demora, faraó expulsa os hebreus da terra do Egito.
    Note aqui que toda a preparação, tanto da Páscoa (sandálias, lombos cingidos, vestidos) como a saída do Egito (os pães sem fermento - pois não havia tempo para fermenta-los) serviria para que o povo se retirasse o mais rápido do Egito, quando faraó os mandasse ir embora, serviria para que os hebreus tivessem a provisão necessária, nos dias que se seguissem no deserto, onde não poderiam parar para fazer o alimento.
    Tudo isso mostra o cuidado de Deus. O Senhor já sabia exatamente o que aconteceria na manhã seguinte. O povo iria embora!
    É lógico que a páscoa hebraica está repleta de simbolismos, e não precisamos ser grandes teólogos para ver que a relação da morte do cordeiro e o sangue que livra o povo da morte está intimamente ligado à morte do nosso Senhor Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, aquele que derramou o seu sangue, para livrar o mundo da morte.
    Contudo, a grande revelação da Bbíblia está não apenas nisso (embora, por si só já seria o bastante!), mas na relação da morte do nosso Senhor Jesus, o definitivo Cordeiro Pascal, com o ato de sempre relembrarmos o que foi feito por ele! No ato dEle nos salvar da morte eterna!
     Note que ao realizar a última ceia, Jesus está vivendo o período da Páscoa judaica e da Festa dos Pães Ázimos, e como um bom judeu que era, a realizou conforme mandava a tradição judaica, com uma refeição chamada pelos judeus atuais de sêder de pêssach. A refeição narrada em Êxodo, quando o cordeiro era comido pelos hebreus, após a visitação do Espírito de Deus, ao Egito. Isso acontecia a partir da meia meia-noite do dia 15, portanto, já no dia seguinte ao da páscoa, portanto, na festa dos Pães Ázimos, e é esse momento narrado pelo apóstolo Mateus 26:17 (nos outros evangelhos também é narrado o fato).

​"No primeiro dia da Festa dos Pães Asmos,  vieram  os discípulos  a Jesus e lhe perguntaram: Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a Páscoa?"

    A última refeição de Jesus foi realizada na Páscoa. Portanto, começamos aqui, a entender o real significado do cordeiro de Êxodo que livrou o povo da morte, estar relacionado a Jesus, o Cordeiro de Deus. que iria ser entregue no período da comemoração da Páscoa e da Festa dos Pães Asmos... continuemos...
    Para que possamos entender o significado da instituição da ceia do Senhor observemos o que diz a tradição judaica sobre o sêder de pêssach (ceia da páscoa), celebrada pelos judeus.

A tradição judaica segue um "protocolo" para a ceia da páscoa (sêder de pêssach) a seguir:

1) Benção do patriarca da família
2) É servida a primeira taça de vinho
3) É servida a porção de ervas amargas
4) A segunda taça de vinho é servida, seguida pela pergunta das crianças sobre o significado da Páscoa (Ex 12: 24-27)
5) Recita-se a 1 parte do Hallel (salmo 113 e 114). O Hallel é uma espécie de cântico de alguns hinos. Uma forma de louvar à Deus.
6) O cordeiro e o pão são comidos por todos
7) 3ª e 4 taças de vinho são servidas
8) Entoa-se cânticos finais do Hallel (salmos 115 a 118)

    Note que as três últimas partes desses do sêder de pêssach dos judeus estão presentes na ceia de Jesus em Mt 26: 26-30. Porém, veja que Jesus apenas serve o pão e não o cordeiro. Por que?
    Ele próprio era o cordeiro, seu próprio sangue seria derrado para a remissão dos pecados e a consequente salvação da morte eterna.
    O cordeiro que a partir daquele momento seria entregue à morte, era diferente do cordeiro que foi entregue à morte pelos hebreus no Egito, pois, o gesto de se entregar a morte, não foi arbitrário e sim voluntário. Jesus morre, não porque era obrigado a morrer, mas entregava a sua vida por vontade própria. Veja o que diz Jo 10:17,18:

"​Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir.  ​Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai. "

    Quando Jesus morre, entregando a sua vida voluntariamente para nos salvar da morte, cria uma nova aliança com os homens, se tornando o próprio e suficiente Cordeiro Pascal que nos livra da morte, colocando o seu sangue, como o sangue que nos liberta da morte.

    A ceia do Senhor tem um significado extremamente importante para nós, quando ao participar da ceia do Senhor não apenas compartilhamos da comunhão com Deus através de Jesus Cristo, mas relembramos, assim como o fez o povo judeu na páscoa no Egito, do Cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo dessa forma, nos livrando da morte eterna.
    Ao participarmos da ceia do Senhor, como disse Paulo aos Coríntios, devemos fazer a ceia não apenas como um memorial, embora a ceia do Senhor de fato seja (1 Co 11:23-26), entretanto, relembramos em primeiro lugar o sacrifício perfeito do Cordeiro de Deus, sacrifício vivo, santo e agradável à Deus, que nos livra da morte pelo pecado, e desse sacrifício nos lembraremos, todas as vezes até que o Senhor venha. Aleluia!
                Uma grande lição que aprendemos aqui é a de que falamos anteriormente, sobre ser a Páscoa uma "festa didática" e que o participar da ceia do Senhor é de tão grande importância que devemos fazê-la de geração à geração até que Ele venha. Não como um ritual religioso, como um dogma, como uma cerimônia, mas sobre tudo, aprendendo e transmitindo aos nossos filhos, netos e bisnetos, até a vinda do Senhor, que o sacrifício de Jesus Cristo como o Cordeiro Pascal, definitivo, santo, perfeito e agradável à Deus, foi feito, não por obrigação, mas por vontade própria, por vontade soberana de amor do nosso Deus. Ele que tem o poder para dar a sua vida e a toma-la de volta. E esse sacrifício foi quem nos livrou da morte. Aleluia!


Nossa páscoa, não é apenas lembrar desse sacrifício apenas em ocasiões ou datas especiais, contudo, devemos fazê-la diariamente.

"Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. ​Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade." 1 Co 5:7b,8

Bons Estudos!

E vamos ao chocolate...

Fernando e Isabella

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