
Assunto muito discutido hoje em dia, o dom de línguas está permeado de dúvidas sobre o que na verdade ele é. Um breve estudo sobre o dom de línguas, realizado pelo Bispo Hermes C. Carvalho.
havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá (...) quando
vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado."
vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado."
1 Coríntios 13:8,10
"Falar em línguas… Esta prática tem sido discutida desde o início do século passado, com o advento do pentecostalismo. Para uns, o dom de línguas é imprescindível. Quem não o tem, é tachado de crente carnal, desprovido da presença do Espírito Santo. Para outros, tudo não passa de um mal-entendido. O tal dom teria sido distribuído apenas para a primeira geração de cristãos, e que, portanto, não estaria disponível hoje. Quem pensa assim é chamado de cessacionista.
As Escrituras afirmam que certos dons estariam destinados a cessar, entre eles, os dons de língua e de profecia. Isto está claro. Não há o que discutir. Mas quando isso ocorrerá? Paulo afirma que as línguas somente cessarão “quando vier o que é perfeito”. Os cessacionistas creem que isso aconteceu quando o cânon sagrado foi finalizado, isto é, quando as Escrituras foram terminadas. Uma vez que já temos acesso a toda verdade exposta em suas páginas, já não precisaríamos do dom de línguas, ou mesmo de qualquer outro dom espiritual. Embora o argumento pareça sólido, não resiste a uma apreciação mais profunda.
Paulo não está referindo-se às Escrituras, e sim ao segundo advento de Cristo, quando finalmente o“veremos face a face”. Segundo Paulo, a visão que temos de Cristo mediante as Escrituras equivale ao reflexo de um espelho. Quando Ele Se manifestar em glória, já não precisaremos nem mesmo das Escrituras, muito menos dos dons espirituais.
Se o argumento de que os dons cessaram com o fechamento do cânon procedesse, então, não apenas as línguas teriam cessado, como também a ciência teria desaparecido. E o que temos presenciado é completamente oposto a isso. A ciência jamais esteve tanto em evidência quanto nos dois últimos séculos. Portanto, a conclusão lógica a que chegamos é que o dom de línguas não perdeu a sua validade.
O outro argumento usado por cessacionistas é que as línguas faladas pelos crentes primitivos eram línguas inteligíveis, e não espirituais. O texto usado para respaldar este pressuposto está em Atos 2:4-8:
“E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” Atos 2:4-8
De fato, o fenômeno ocorrido no dia de pentecostes está explícito na passagem acima. As línguas faladas na ocasião eram vernáculos conhecidos das pessoas das diversas nacionalidades reunidas em Jerusalém para a festa. Há, ainda, outro milagre que muitas vezes passa despercebido nesta passagem. Independentemente da língua que cada um falava, os transeuntes ouviam em sua própria língua. Portanto, o milagre não se deu apenas no campo da fala, mas também da audição. Ninguém duvide que o Espírito Santo seja capaz de reproduzir tal fenômeno em nossos dias.
Entretanto, o dom de línguas descrito por Paulo em suas epístolas não se restringe a tal manifestação. Paulo fala claramente de línguas espirituais.
Em 1 Coríntios 14:2 lemos que “o que fala em língua não fala aos homens, senão a Deus. Com efeito, ninguém o entende, e em espírito fala mistérios”. Esta única passagem derruba o argumento cessacionista acima apresentado. No dia de Pentecostes, os discípulos falaram aos homens, e não a Deus. Todos à sua volta entenderam perfeitamente a mensagem que transmitiam. Portanto, trata-se de fenômenos distintos.
Partindo da premissa que este dom é real e que está disponível para a igreja em nossos dias, deparamo-nos com outras questões igualmente importantes. a) O que é? Do quê se trata?; b) Qual a sua importância em nossa vida?; c) Equívocos e abusos do dom de línguas; d) Como recebê-lo?
a) O que é? Do quê se trata?
As línguas espirituais não possuem uma estrutura como os idiomas humanos. Não é possível uma análise sintática. Não há verbos, adjetivos, substantivos, predicados, pronomes ou coisa semelhante. Trata-se de línguas estáticas. Ao quê podemos compará-las, então? O apóstolo Paulo nos dá uma dica preciosa. Leiamos:
“Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo (…) E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.” Romanos 8:22-23, 26-27
Paulo identifica os cataclismos naturais como gemidos da criação. O cosmos está grávido, e suas contrações se intensificam à medida que se aproxima o momento do parto, quando um novo céu e uma nova terra emergirão. De maneira análoga, nós que temos as primícias do Espírito também “gememos em nós mesmos”. O próprio Espírito produz esses “gemidos inexprimíveis”, cuja intenção somente é conhecida por Ele. Esta é a linguagem do Espírito. Em vez de palavras cuidadosamente escolhidas, gemidos que revelam os anseios mais profundos da alma. Ninguém, exceto Deus, pode sondar o âmago da alma humana, e interpretar o que não pode ser exprimido em palavras. E por que tais anseios não podem ser expressos em palavras? Porque, todavia, não foram revelados à mente humana. Em outra passagem, Paulo diz que“as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram à mente humana, são as que Deus preparou para os que o amam. Deus, porém, as revelou a nós pelo seu Espírito. O Espírito penetra todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus. Pois qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Nós, contudo, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. Disto também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, pois lhe parecem loucura, e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co.2:9-14).
Quando somos regenerados, nosso espírito torna-se um só espírito com Ele, numa experiência que podemos identificar como “batismo no Espírito Santo”, de maneira que as coisas antes ocultas nos passam a ser compartilhadas. Esta revelação não se submete ao crivo da mente ou dos sentidos. São coisas que os olhos jamais viram, os ouvidos não ouviram, nem subiram à mente humana. O labirinto instalado em nossa mente, formado de nossos pressupostos, preconceitos, presunções, é driblado pelo Espírito. Tal labirinto é chamado por Paulo de “fortalezas espirituais”, construídas a partir de raciocínios humanos (1 Co.10:4).
Nosso homem interior (espírito) agora é conectado diretamente à Mente de Cristo (1 Co. 2:16). Ao orarmos, não sabemos expressar com palavras inteligíveis aquilo que está revelado ao nosso espírito. Não encontramos qualquer analogia que seja suficientemente precisa para exprimir o que sentimos ou aquilo pelo qual ansiamos. Temos a impressão de que um rio de águas vivas está borbulhando em nosso ser, e que a nossa mente é incapaz de represá-lo. Daí a necessidade de ‘verbalizar’ estes gemidos inexprimíveis. Ainda que não pronunciemos uma única sílaba, o dom de línguas poderá manifestar-se através de sussurros humanamente indecifráveis. Um misto de alegria e expectação toma o nosso ser. Bordões e jargões religiosos são incapazes de externar o que sentimos. Então, gememos. Unimos nossa voz ao coro da criação, num grandioso coral que manifesta a expectativa daquilo que está por vir. Sem a manifestação deste dom precioso, a expectação corre o risco de tornar-se ansiedade.
b) Qual a sua importância em nossa vida?
Paulo diz que “o que fala em língua edifica-se a si mesmo” (1 Co.14:4a). No lugar onde antes havia uma fortaleza espiritual que servia de base operacional para o inimigo, agora é edificada uma catedral de louvor e adoração a Deus. O livre fluxo do Espírito promove a demolição de tais fortalezas. Nossos pensamentos são levados cativos à obediência de Cristo. Nossa vontade submetida ao Seu senhorio. Todos os demais dons espirituais têm como objetivo o bem coletivo. O dom de línguas é o único que visa a edificação do indivíduo. Porém, somos desafiados a dar um passo além, na direção do outro, para que este também seja edificado pelo nosso dom. Mas como alguém poderia ser edificado por um dom que visa a minha própria edificação? Como alguém seria edificado sem que entendesse uma palavra do que eu dissesse? Confira a resposta de Paulo:
“Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja. Pelo que, o que fala em língua, ore para que a possa interpretar. Pois se eu orar em língua, o meu espírito ora, de verdade, mas o meu entendimento fica sem fruto. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento, cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento. De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o não instruído o Amém sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes? Em verdade tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado.” 1 Coríntios 14:12-17
Repare: não recebemos o dom para interpretar o que o outro diz, e sim o que nós mesmos estamos dizendo. Não se trata, porém, de interpretar a língua em si, uma vez que esta não possui a estrutura comum aos idiomas humanos. Trata-se, antes, de interpretar os anseios que brotam do nosso coração, de maneira que possamos expressá-los, ainda que imperfeitamente, em nosso próprio idioma. Nosso objetivo ao pedir que o Senhor nos permita compreender tais anseios é poder compartilhá-los com os demais, e assim, edificá-los tanto quanto a nós mesmos. O que queremos não é impressionar ninguém com nossa super-espiritualidade, mas compartilhar o que nos foi confiado. Assim, quem ora conosco poderá dizer um sonoro “amém”, em concordância com nossa oração.
É inegável o flagrante abuso do dom de línguas em nossos dias. Para alguns, o simples fato de possuírem o dom já os torna superiores ou mais espirituais que os demais. Ledo engano. A começar pelo fato de que o dom de línguas jamais foi evidência do batismo com o Espírito Santo, como em geral tem sido entendido atualmente. Na mesma passagem em que Paulo afirma que todos “fomos batizados em um só Espírito” (1 Co.12:13), ele pergunta: “Falam todos em outras línguas? Interpretam-nas todos?” (v.30b). Tal pergunta não faria sentido se a resposta fosse sim. Concluímos daí que nem todos os que são batizados no Espírito manifestam o dom de línguas. O que evidencia o batismo no Espírito é o profundo amor que é derramado em nossos corações. Confira:
“E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” Romanos 5:5
Se o falar em línguas fosse mais importante que isso, Paulo não teria dito: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine” (1 Co.13:1). Portanto, é preferível o amor sem línguas a línguas sem amor. O dom pode ser bom, mas o amor é o caminho mais excelente (1 Co.12:31). E mesmo quando todos os dons perderem a sua validade, o que permanecerá serão a fé, a esperança e o amor, “mas o maior destes é o amor” (1 Co.13:13). Não dá para rivalizar o menor dos dons com a maior das virtudes. Línguas sem amor não passam de barulho. Por mais que impressione os homens, não agrada a Deus.
A segunda verdade que precisamos considerar sobre o assunto é que todo cristão verdadeiramente regenerado pelo Espírito recebeu o batismo e o selo no momento em que creu no Evangelho. Leia atentamente:
“Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa.” Efésios 1:13
Não se trata de uma experiência posterior à conversão, mas concomitante a ela. O que geralmente tem sido identificado como “batismo no Espírito Santo” é uma espécie de êxtase seguida da manifestação do dom de línguas. Não me atrevo a questionar a legitimidade da experiência, porém, recuso-me a chamá-la de batismo no Espírito.
Apesar de batizados no momento em que cremos, somos conclamados a encher-nos constantemente do Espírito (Ef. 5:18). Esta, portanto, é uma experiência que deve ser contínua na vida do cristão e que deve ser buscada incessantemente. Encher-se do Espírito não é receber uma nova medida d’Ele, ou uma porção extra de Sua presença, mas sim submeter-nos cada vez mais à Sua vontade. Para receber porção dobrada do Espírito Santo, Ele teria que Se multiplicar por dois. Lembre-se que Ele é uma pessoa, não algo que possa ser medido. Deus não nos dá do Seu Espírito por medida (Jo.3:34). Portanto, ou O recebemos por inteiro, não O recebemos. Todavia, quanto mais nos submetemos a Ele, mas nos enchemos de Sua presença amorosa. Não se trata de receber mais d’Ele, e sim de Ele receber mais de nós.
Voltando à questão das línguas, importa verificar à luz das Escrituras que falar em línguas não nos torna mais espirituais. Os coríntios, para os quais Paulo enviou duas cartas, possuíam todos os dons do Espírito em abundância, porém, foram classificados como carnais (confira 1 Co.1:7; 3:1). Provavelmente, a igreja de Corinto era uma das mais pentecostais/carismáticas/renovadas de seu tempo. Sobrava carisma, faltava caráter.
O fato de Deus nos conferir um dom que não deu a outros não nos torna superiores, e sim servos dos demais. Não custa lembrar a exortação de Jesus: “E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” (Lc. 12:48).
Devido à mentalidade predominante em alguns círculos, onde falar em línguas tornou-se sinônimo de status, muito abuso tem sido cometido. Quem fala em línguas quer tornar isso notório, e para isso, não hesita em falar em alto e bom som durante os cultos. Alguns, no afã de chamarem ainda mais atenção, acrescentam manifestações bizarras como pulos, sapateados, tremedeiras, gritos, espasmos, etc. Tal exagero já ocorria na igreja de Corinto, resultando no apelo de Paulo por sua correção:
“Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos. Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida. Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento (…) Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?”1 Coríntios 14:18-20, 23
Paulo jamais usou o dom para exibir-se, e não encorajava ninguém a fazê-lo. Quer falar em línguas, fale consigo mesmo. Que razão haveria para alguém falar em línguas publicamente sem que houvesse interpretação? Quem seria beneficiado com isso? Se verdadeiramente somos batizados no Espírito, o amor derramado em nossos corações fará com que nos preocupemos muito mais com os outros do que conosco mesmo. O que um visitante vai pensar ao ver-nos exibindo nossos dotes espirituais? Que benefício nossos irmãos terão daquilo que dissermos em línguas estranhas?
A única concessão que Paulo faz à manifestação pública do dom de línguas é no caso de haver quem as interprete.
“E, se alguém falar em língua, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus.” 1 Coríntios 14:27-28
O intérprete nem sequer precisa ser uma terceira pessoa. Se o próprio indivíduo puder interpretar os anseios produzidos pelo Espírito em Seu coração, ele poderá expressá-los em seu próprio vernáculo.
Não confundamos os dons. Línguas nada têm a ver com profecias. Quem profetiza fala aos homens. Quem fala em línguas fala exclusivamente a Deus. Então, por que careceria de intérprete? Para que os demais possam dizer “amém”. As línguas sempre visam a edificação de quem as fala, nunca a de outros. Mesmo quando interpretadas, seguem edificando quem as fala, porém, dá aos demais a oportunidade de colaborarem nesta edificação com sua concordância.
Dois extremos precisam ser evitados. O primeiro é a desordem, onde todos falam em línguas em alta voz, sem qualquer preocupação com a edificação do outro. O outro extremo igualmente perigoso é proibir qualquer manifestação do dom. Eis a recomendação apostólica:
“Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” 1 Coríntios 14:39-40
Como recebê-lo?
Todos os dons estão disponíveis para o Corpo de Cristo. Todavia, Deus os distribui conforme o Seu propósito. Cada membro recebe dons através dos quais será útil aos demais.
“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.”1 Coríntios 12:4-11
Portanto, o propósito de Deus deve prevalecer sobre a vontade humana. Entretanto, não podemos nos esquecer de que “Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fl.2:13). De maneira que um desejo ardente de receber algum dom pode ser gerado pelo próprio Espírito e, por isso, deve ser buscado. Caso contrário, que sentido haveria na admoestação de Paulo para que busquemos “com zelo os melhores dons” (1 Co. 12:31)?
Porém, antes de buscarmos qualquer dom, devemos verificar quais são nossas reais motivações. Se forem a glória de Deus e o serviço aos nossos semelhantes, mui provavelmente tenham sido despertadas pelo Espírito. Mas se formos motivados por vaidade pessoal, porfia, inveja, ciúmes, Deus certamente não nos atenderá.
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