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domingo, 16 de fevereiro de 2014

PACIÊNCIA TEM LIMITE!

PACIÊNCIA TEM LIMITE!

Ex 16: 1-5, 12-15 / Ex 17: 1-6 / Ex 20: 1-6 / Ex 22:20 / Ex 24:12-18 / Ex 31:18 / Ex 32

Bom, chegamos ao ponto onde muitos de nossos irmãos param seus estudos, já passamos praticamente metade do Livro de Êxodo e agora é hora de passarmos ao que muita gente descarta ao estudar ou ao analisar o livro, que é a passagem do povo de Deus pelo deserto.
"Concordava" com muitos irmãos que me diziam que o livro que estamos estudando, a partir daqui, era muito chato! Leis, normas, o povo sofrendo provações no deserto, como eram as vestes sacerdotais, as leis civis e todo tipo de normas das mais diversas estão a partir daqui... Como eu disse, eu concordava! Depois de aprofundar os conhecimentos das palavras expressas neste ponto da Sagrada Escritura, não pude, em hipótese alguma taxar os trechos da metade de Êxodo como chatos. De outra forma, o contido nessa parte do livro é por muitos desprezado, mas contém na sua essência, o cuidado todo especial do nosso Deus para com o seu povo, e que em hipótese alguma, podemos deixar de lado.
    Pois bem... Estamos em um ponto da história do povo de Deus onde a nação de Israel está agora, livre de faraó e de seus exércitos, conduzidos e orientados pelo próprio Deus na nuvem e na coluna de fogo, e assim, são direcionados a passarem longe do território filisteu, que como já vimos ( e está claro, na palavra do Senhor), tinha por objetivo sair da linha de um povo de guerra (filisteus), que ao se depararem com a guerra não quisessem voltar à escravidão do Egito.
    Antes de começarmos, entraremos em uma área importante a partir daqui. Algo que até os dias de hoje, é orientação de muitos dos nossos pastores evangélicos, como atitude a ser evitada. A murmuração!
    Mas até onde a murmuração torna-se um grande problema para nós? Por que isso, deve ser uma atitude a ser evitada? Por que o próprio Deus chega ao ponto de se irritar com esse tipo de atitude?
    Para podermos entender isso é muito importante que saibamos daquilo que comentamos na última aula. Estamos falando de um povo que nasceu escravo, e que agora tem o primeiro contato com a liberdade. Portanto, um povo livre, mas com uma mentalidade de escravos, conforme vimos na aula "Do Egito para o deserto".
    A primeira murmuração do povo, como pessoas livres, acontece, diante de umaa situação crítica, eles tem o exército egípcio perseguindo o povo e diante deles o mar intransponível. E é claro oque diante das circunstâncias... murmuraram
   Falamos ao final da aula sobre "Quem chamou Moisés?... EU SOU?", que quem fala em nome de alguém, está investido de autoridade para agir conforme aquele que o enviou, portanto, o ato de reclamar algo a um enviado de Deus, investido de sEu poder, não significa necessariamente, reclamar com esse, mas com aquele.
    Trocando em miúdos... o povo que reclamava com Moisés, não reclamava necessariamente com a pessoas de Moisés, mas estavam reclamando contra aquele, em nome de quem Moisés falava, ou seja, o próprio Deus!
    Note uma coisa: a palavra murmuração segundo o dicionário está relacionada ao ato de falar mal de alguém ou de alguma coisa, portanto o murmúrio, por definição, mais uma vez, se relaciona com o ato de maldizer alguém, no nosso caso... Deus.
    É por isso que estamos cansados de ouvir em nosso meio, o jargão: "pare de murmurar irmão", veremos aqui a importância de não murmurar (ou por que não dizer, maldizer) à Deus.
    Vimos nas aulas anteriores que a intenção de Deus em levar a "nação" de Israel ao deserto tinha como principal objetivo trazer mais intimidade com o Senhor, pela sua dependência exclusiva dEle, em meio a todas as dificuldades que traria o deserto.
    Conforme veremos, enquanto Deus supria o povo, seja com as demonstrações de poder ou de provisão, não havia murmurações. O que parece óbvio. Se está tudo bem, por que reclamaremos? Contudo a confiança no Senhor deveria acontecer diante do suposto silêncio de Deus. Continuamos adorando e confiando em Deus diante do seu suposto silêncio?
    Vamos citar 5 murmurações do povo de Israel diante das situações de necessidade ou de adversidade
    1) ao sairem do Egito, tendo diante deles o mar e atrás o exército
    2) depois de já estarem no deserto, 3 dias, reclamam que falta água
    3) não tinham pão
    4) não tinham carne
    5) não tinham Moisés... o homem que os orientava no deserto

    Na primeira situação já vimos, em aulas anteriores, começaremos então com a falta de água.
    O povo estava livre, e três dias no deserto de Sur, a água já estava acabando, e quando chegaram a Mara (que significa amarga) acharam água... Oba! Aleluia! ... Espera... as águas são amargas! Não servem para beber! Qual foi a solução? Murmura com Moisés.
    Como vimos em parágrafos anteriores, a murmuração não era contra Moisés, mas de outra forma, contra quem havia enviado Moisés. Deus diz para Moisés cortar um lenho e jogá-lo na água, a água ficou, boa. Porém, perceba o que está expresso em Ex 15:25: "...(Deus) ali os provou..." é claro que Deus sabia da necessidade do povo em beber água, e proveria mais adiante um oásis (Ex 15: 27), porém, a falta de água entre o povo serviria para mostrar à Israel em quem confiar, como expresso nos versículos seguintes: 

"Se ouvires atento a voz do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o SENHOR, que te sara."

    Aos quinze dias segundo mês de liberdade o povo agora começa a murmurar dizendo que antes tivessem morrido no Egito, que tinha pão e carne a fartar.
    A Bíblia mostra mais uma vez que a atitude de Deus diante das provações ao povo de Israel era prova-los para ver se andavam nos sEus caminhos: "para que Eu ponha à prova se anda na minha lei ou não" (Ex 16:4).
    O capítulo 11 de números expande esse relato do povo no deserto mostrando que o povo já possuía o pão (maná) que era enviado por Deus todas as manhãs (Ex 16:4), mas que isso não era o bastante para eles, pois o povo queria carne, assim como eles comiam carne no Egito!
    E mais uma vez Deus manda carne. Codornizes cobriam o arraial até a altura de aproximadamente 1 metro (90 cm) em codornizes, e o que recolhia menos recolhia aproximadamente 22 kg de carne (levando em consideração 1 ômer ser 2,2 L e 1 L aproximadamente 1 kg). Porém, ainda com a carne nos dentes, a ira de Deus se acende contra o povo, por causa da murmuração destes.
    
    O povo tinha pão, tinha carne, tinha as necessidades básicas para as unidades familiares, porém, ainda não eram uma nação constituída. Como vimos, era necessário, criar a mentalidade de homens livres, para a formação de uma nação livre.
    No terceiro mês da saída do povo de Israel, eles agora já estão nas campinas do Sinai e Moisés sobe até o monte para receber as instruções de Deus para o povo, agora como uma nação. Dentre as instruções, está uma das principais delas "Não terás outros deuses diante de mim. ​Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. ​Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus..." Ex 20:3-5a
    E assim Moisés sobe até o Sinai e lá permanece 40 dias... e o povo? Mais uma vez o povo começa a murmurar e diante da situação da ausência de Moisés, fazem um bezerro de ouro para o adorar como se o tal fosse Deus! Antes de descer do monte, de posse das tábuas com os mandamentos de Deus, escritas pelo próprio Deus, Deus dá o ultimato a Moisés: " Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu..." (Ex 32: 7). Como assim,teu povo? Deus perdeu a paciência!
    Apenas pela murmuração, Deus havia se estressado com o povo?
    A murmuração em si estava relacionada com a falta de fé em Deus, à falta de confiança, no que Deus iria ou poderia fazer. E a falta de intimidade com a pessoas de Deus, leva o povo a procurar um outro deus, que não Senhor. 
    Mas a situação das mais chocante desse relato está em Ex 32: 26-38, quando Moisés após quebrar as tábuas da lei reúne a tribo de Levi e mata cerca de 3 mil homens por causa da atitude da adoração do bezerro de ouro.
    Que Deus mal! Será?
    A adoração ao bezerro de ouro estava relacionada a duas divindades distintas, sendo uma egípcia e outra cananeia.
   A primeira divindade egipcia está relacionado ao deus da fertilidade Hepu (ou Ápis), era representado por um boi e envolvia em seus rituais o culto à morte.
   A segunda divindade está relacionado ao deus cananeu Baal. Esse era uma espécie de deus humanoide, meio boi e meio homem, com uma grande boca onde dentro dela havia uma fornalha que ardia em chamas. Seus braços eram mecanismos móveis que subiam e desciam em direção a sua boca, as suas mãos eram feitas em formato de concha e tinham a finalidade de acolher perfeitamente uma criança. Conforme as crianças eram colocadas em seus braços, o movimento de subir e descer dos braços lançavam as crianças dentro da boca de Baal onde ardia a fornalha. Isso era uma espécie de oferenda, feita pelas próprias mães e pais, que era seguida por bebidas, danças e orgias cultuais, onde se envolviam os adoradores desse deus. 
    Olhando sob esse ponto de vista, a determinação por parte de Moisés começa a não parecer tão absurda assim. Que espécie de homens e mulheres entrariam na terra que Deus havia prometido? Homens e mulheres, que participavam de bebedeiras, danças cerimoniais e orgias cultuais? Famílias que sacrificavam crianças em uma fornalha ardente? É óbvio que Deus não queria uma nação assim. Isso apenas era o cumprimento do que Deus havia dito em Ex 22:20 "​Quem sacrificar aos deuses e não somente ao SENHOR será destruído".
    Será que Deus é tão mal assim? É claro que não!
    Deus certamente não queria ver o povo resmungando e murmurando ao primeiro sinal de provação, mas provava o povo, para confirmar se eles realmente seguiriam ao Senhor independente da situação e aparente indiferença de Deus, em fornecer provisão ao seu povo.
    O que na verdade Deus queria era a confiança plena nEle, para poderem ver o milagre que o próprio Deus tinha preparava logo à frente.
    O capítulo 15: 21-28 de Mateus mostra a atitude de uma mulher que embora, fosse cananéia e tenha crescido ouvindo de Baal, sabia muito bem que Baal não tinha poder de resolver o seu problema. Lá, mostra a atitude da mulher diante do problema com sua filha, e o modo que agiu foi exatamente oposto a do povo hebreu no deserto. Mostra o modo como ela viu o agir de Deus através do nosso Senhor Jesus Cristo.
     Caso, você não tenha ido à aula... ficará com a pulga atrás da orelha, para saber o que essa mulher fez, diante da suposta indiferença de Jesus ao seu problema....

Bons Estudos!

Fernando e Isabella

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